A invenção de Hugo Cabret, de Brian Selznick.

No primeiro momento, o infanto-juvenil encanta pela beleza. Muito ilustrado, os desenhos feitos pelo autor, em carvão, são muito expressivos, e, em alguns momentos, conta partes da história, quando as palavras são supérfluas.
O enredo poderia ser um pastelão: menino órfão e pobre que trabalha para o tio beberrão numa estação de trem inglesa, vive sujo de fuligem e pó... Qualquer semelhança com um certo Oliver Twist? Mas ao invés de uma trama boba, mera cópia do clássico, o livro envolve o leitor, que não consegue se desprender das páginas cinzentas.
Hugo rouba brinquedos para entender seu mecanismo, e dia após dia se torna mais entendendor das engrenagens, no quarto escuro em que morava com o tio numa estação de trem londrina. Até que um dia é pego pelo velho ranzinza da loja de brinquedos, e tem seu caderno secreto apanhado. A neta do dono da loja promete ajudá-lo a recuperar seu tesouro, desde que ele partilhe seus segredos... e é aí que a história se faz como uma malha, de fios de histórias entrelaçados, encantadores e surpreendentes.
O livro é só um estopim, para muitas outras artes que a história permite, e instiga. O dito infanto-juvenil é para qualquer idade, para quem se permite sonhar, e acreditar.

SELZNICK, Brian. A invenção de Hugo Cabret. São Paulo: SM, 2007.


Um comentário:

  1. hum...achei tao massa a ideia desse blog. Fiquei com vontade de ler todos os livros aqui comentados. Tb pudera...tao bem comentados e de forma tao interessante. =D

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